sexta-feira, 23 de março de 2007

Sobre comerciais de TV e fãs enlouquecidos

Eu e o Roberto temos um costume cretino. Aparentemente, não somos os únicos. No Natal, eu vi um comercial de diamantes que tinha uma música maravilhosa, que eu queria baixar e mandar para ele. Foi um parto para encontrar a maldita. Eu suspeitava que era Cat Power, mas nenhum disco da mocinha trazia o track. Entrei em fóruns de música e afins e acabei descobrindo o comercial no You Tube.
"How can I tell you that I love you, I love you,

I long to tell you that I'm always thinking of you, I'm always thinking of you,

But I can't think the right words to say..."

O Rô acabou rodando o i-Tunes e todos os outros sites possíveis tentando baixar a música, até que os caras da Matador Records postaram  explicando que apenas 30 segundos da música de Cat Stevens foi regravada a pedido da agência que produziu o comercial e que é impossível comercializar 30 segundos de música.

O mais engraçado de tudo é ler, no final da página, os comentários dos fãs enlouquecidos implorando para que os caras obrigrem Cat Power a gravar a música inteira e formulando verdadeiras teorias da conspiração sobre como a gravadora quer a infelicidade dos fãs. Nós não chegamos a este ponto.

Neste caso.

Durante o Oscar 2007, a JC Penny lançou um comercial com outra música muito fofa que eu queria mostrar pro Rô. Mesmo circo. Primeiro para pegar os lyrics completos, depois para descobrir o comercial, a música, a cantora... Enfim, novo parto.

A música, How can it be, é de uma banda chamada Forever Thursday, que são um pouquinho mais inteligentes e gravaram música inteira e até têm site no myspace. O que isso siginifica? Que esta moça, a Melanie Horsnell, vai gravar CD, vender disco, vender música no i-Tunes, conquistar uma caralhada de fãs novos e a Cat Power simplesmente perdeu a chance e enfureceu os fãs.
"I say, and so say I
My morning thought
It knew itself just fine
Until across the room
It caught its first glimpse of my afternoon
How can it be
That these things live in me?

I say, and so say i
My mornings day seems nothing like its night
My night so self assured
Was all at sea when faced with dawns strange world
How can it be
That these things live in me?"

O mais bacana é a inspiração que ela teve para ecsrever a música e nomear a banda: Wednesdays and Fridays.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Antes tarde do que nunca?

Este vídeo e a matéria do NYTimes despertaram minha ira.

É incrível o descaso do restante do país, da mídia e, principalmente, dos poderosos de Nova York com a cidade vizinha, Newark, que sofre com problemas tão sérios quanto os que assolam países em desenvolvimento como o Brasil - por exemplo.

Newark é um local tão complexo e impossível de ser explicado em um texto (quanto mais um texto de um blog...), que o que eu tento fazer aqui é simplesmente mágica. Uma das maiores cidades do país e a segunda maior da área metropolitana de Nova York, Newark é dividida em cinco bairros segregacionistas (norte, sul, leste, oeste e central). As mais de 52 etnias presentes na cidade estão claramente divididas, cada uma formando alianças e se limitando ao trânsito em seu próprio bairro.

Você não vai ver brasileiros, espanhóis ou portugueses andando pelo bairro central ou oeste, por exemplo. É simplesmente impossível. Da mesma forma com a qual os porto-riquenhos e os dominicanos não irão aparecer no norte, ou os negros - provenientes de dezenas de países africanos - não transitam no leste da cidade. Cada um tem a sua área, e cada um é dono do seu pedaço. E o mais engraçado é o país lutando em uma guerra trilhionária para manter a liberdade dos norte-americanos. Pelo menos aqui, esta liberdade não existe.

A segurança pública é inexistente. Todo morador tem uma história para contar sobre um assalto que sofreu em Newark. Eu, que não moro e nunca morei na cidade mas, apesar disso, trato como se fosse minha casa (o amor que eu criei por este lugar é inexplicável), já fui assaltada. Ao longo do último ano, cobrindo os acontecimentos locais para o Extra USA, vivenciei a alteração do quadro político municipal que premaneceu intocável por 20 anos.

Isso mesmo, 20 anos. Nos EUA um prefeito pode ser re-eleito por seis termos consecutivos. Sharpe James, o ex, pintou e bordou - como diz minha mãezinha - por cinco deles. Quando os jornais locais começaram a investigar a porção de atos corruptos que ele cometeu, o também Senador Estadual por 16 anos resolveu cair fora e passar o trono para Cory Booker.

Imagine: é uma cidade enorme, com uma população de 300 mil pessoas, a maioria delas sem concluir o Ensino Superior e com necessidade de implantação de planos de emprego, programas culturais e de moradia. É um povo que assistiu a cidade se desmoronar por 20 anos, se transformar no centro das gangs, tráfico de drogas, e campo de tiros. Em 2006, 106 pessoas morreram como resultado da violência desenfreada.

A mudança foi, óbvio, mais do que bem vinda. Seja lá o que for que exista por trás de Booker, sua visão é mais do que necessária para Newark. O histórico do prefeito dá um livro: ele é filho de uma família de negros que conseguiram prosperar como empresários após o fim da escravidão. Fez dois ou três cursos na faculdade, um mestrado e um intercâmbio. Seu currículo inclui escolas como Yale, Oxford e Stamford. Ele concluiu 18 anos de Ensino Superior voltado para Direito. O mesmo tempo que um especialista em cirurgia plástica leva para passar por toda a Escola de Medicina e cursos de especialização.

Quando Booker terminou a via sacra dos estudos, foi mandado diretamente para Newark como o salvador da pátria. Cumpriu um termo como vereador, tentou se eleger como prefeito em 2002, o que resultou apenas em um briga feia com Sharpe James e no documentário Street Fight, que chegou a concorrer ao Oscar.

Em 2006 ele voltou com tudo - e todos! A média de investimento em uma campanha para a prefeitura de uma cidade média nos EUA é de US$300 mil. Ele investiu US$6 milhões. Por trás dele há artistas e empresas de tudo quanto é tipo, Oprah Winnfrey, Ben Afflec, WallMart, nomes que, com sentido ou não, injetaram milhões na campanha do cara.

Eu passei boa parte do ano passado estudando ele. No final das contas ele acabou dando uma entrevista exclusiva para o jornal. E o mais bacana é que, nenhum jornal brasileiro cobre estas coisas, mesmo tendo mais brasileiros vivendo aqui do que em muito estado do Brasil. Ninguém se importa muito com o que rola em Newark. A cidade é praticamente abandonada pelo resto do mundo. É aquela coisa do elefante rosa, ele tá alí, todo mundo ignora, e vive como se tudo fosse lindo.

Lindo mesmo é o próprio Booker. O cara é alto, inteligentíssimo, com olhos verdes maravilhosos e vende uma força de vontade que até dá para acreditar. Eu sou muito cínica, e tenho dificuldade em crer que este povo da nova administração realmente tenha o coração bom e queira apenas a felicidade do povo. Mas, seja lá qual for a verdadeira intenção, a mudança tem feito bem para a saúde destas complexa comunidade.

Depois que assumiu a prefeitura em uma cerimônia emocionante em 1º de Julho, Booker começou a desenvolver planos comunitários, como se Newark fosse um apenas um bairro que precisasse de ajuda. Um dos planos, o que está na matéria do New York Times, é simples e consiste na criação de uma série de encontros com os moradores de cada bairro. A cada mês, em uma escola diferente, Booker recebe qualquer pessoa por cerca de cinco minutos, para discussão de problemas de uma área, implantação de projetos, e até pedidos de emprego.

Nos últimos nove meses, dezenas de outros projetos de inclusão sócio-cultural foram implantados. A idéia é pegar toda a molecadinha que não tem o que fazer da vida e fica na rua, se agrupando em gangs, vandalizando a cidade, e oferecer a chance de participar grupo de estudo, arte, esportes e até profissionalizante.

Semanalmente eu recebo uma lista dos programas que estão para acontecer. O cara não poupa os esforços dele e os contatos para tirar benefícios para os moradores carentes. Um exemplo interessante é o da criação do estádio para o NJ Devils. O grupo de hóckei no gelo consegiu um acordo dos sonhos com Sharpe James. O prefeito iria doar a área para a construção da arena e financiar mais de 80% do custo. Quando Booker assumiu a prefeitura ele quebrou o acordo e estabeleceu novos termos. Hoje, os Devils ganharam o terreno, mas a um custo muito maior, serão obrigados a financiar todo o projeto sozinhos, e investir o valor do terreno em programas de cunho social.

Em todos os jogos, uma porcentagem dos ingressos deverá ser entregue ao público sem nenhum custo. Projetos esportivos gratuitos e planos de criação de emprego para os moradores da cidade também constituem as novas regras.

Tá sacando a mudança de visão?

A pauta sobre a série de encontro com a população é tão velha que eu mal acreditei no NYTimes na semana passada. A gente seguiu todos os encontros do ano passado, falando com os vereadores e com o prefeito todas as vezes. Ficou claro que aquilo era simplesmente gaveta para tapar buraco.

E o pior, a reportagem é sensacionalista e não aponta nada do que realmente está acontecendo alí. O cara está reestabelecendo uma comunicação entre os moradores desacreditados de um grande favela e sua representação política. É apenas isso que aqueles encontros são. Eles não são para resolver os problemas do universo. O propósito é mostrar para população que eciste a opção de contato com o prefeito, que ele não é inalcançável e que ele quer saber sim que tipos de desafios a dona de casa da esquina enfrenta diariamente.

Sinceramente, a chamada "Acesso ao prefeito não resolve todos os problemas", é tão infantil quanto dizer, "A Terra é redonda". Sabe, merece um "derrrrr", bem longo! Não sei quam ainda espera solução fácil, salvador da pátria, do rock e do caralho a quatro. O mundo é tão complexo e as pessoas tentam simplificar o que elas simplesmente não entendem. E só um jornal sem um editor para New Jersey poderia deixar algo assim ser publicado.

E eu não tô falando de um jornal comunitário que sofre com falta de investimento para contratar funcionários suficientes. Tô falando do segundo maior jornal do país.

Black waves/bad vibrations...

...or, a new post on the pretty boring Vanessa's discovery series. (Still typing from the bed!).

The "clean the house" can explain. It's not I'm a very neat person with my house. Cause I'm really not, fuck the cleaning. It's just that since I've moved here, about a year ago, I never had a chance to unpack completely and put everything in place. You know, that kind of task that you are always telling yourself, "I'll do it when I have the time." Well, now I have the time, so I will do it.

The other day I found my CD collection. Or what I call a CD collection. Who buys a CD nowadays, anyway? You know, not that I pray for people who steeling music online. Cause that, we all do, sir. Yes, that's right, naughty kids. But really, I don't anyone opening a CD case and putting it in the stereo system. It just seems dumb. Download it already. i-Tunes, hello! Anyway, one day a friend of mine said he couldn't respect anyone with less than 500 CDs or something. That's so last century, my brother. I can't respect anyone with less than 5000 downloaded albums. That's 2007.

Speaking about albums, what have you guys been listening lately?

Apart from the The Fratellis album, nothing new caught my attention in the past few weeks. I mean, the Arcade Fire's Neon Bible is pretty good, but nothing close to funeral. I still didn't catch up with all the new releases such as Kaiser Chief's Ruby, and the new Modest Mouse or The Shin's albums. It seems like all the people I love who released a CD in 2005 is back with much more this year. I should probably catch up with the new King of Leon. The Bravery, Block Party, Clap Your Hands Say Yeah all have a new CD out too. You see, everybody!

I didn't go to Austin for the South by Southwest festival. I simply forgot to reserve a room and the whole city seems to be sold out. So, I had to cancel that. I truly suffer with my stupidity. **Gra, here is a queue for you: use this one to write a list of Vanessa's stupid acts. Another one can be the Arcade Fire concerts I missed in New York and the tickets for the Coachella I forgot to buy and now cost something like 2 thousand bucks... I hate myself.

http://www.mergerecords.com/images/bands/arcademasks2007.jpg

They already announced the dates for next year's SXSW. Guess what: I'm reserving the best hostel tonight. Yeah! I'll go to the festival next year. I don't care.

About Neon Bible: like Keane's second album, it's so sad, so cold, so dark. It speaks about the lack of hope, the end of everything, the death inside, wasted time and pain. Only dark themes. The church aspect is really clear in all the songs.

quarta-feira, 14 de março de 2007

The tooth fairy...

...or, How amazing typing in bed is. A new Vanessa's discovery series.

It's amazing how the wordpress design is totally different if you are using a MAC! Well, obviously I wasn't going to write anything about the wordpress design tonight. But that's exactly how my brain works. ADD or not, it's in English now, because I'm using the Sick Sick Little Moo Cow's MAC and the punctuation marks suck in this platform. Let's start again:

I'm enjoining an undetermined vacation period. It's complicated and I'll save you the trouble. It's enough to say that besides resting a lot, I'm also looking for another job. It's that kind of time in your life when although you are totally entitled to a vacation, you cannot enjoy it because you are worried about not having a job. This is, the phrase in the beginning of this paragraph is a lie.

What I'm trying to do not to freak out completely is design a healthy schedule. I have to find time to clean the house, unpack, sleep, ride my bicycle, read, watch What About Brian, Heroes, How I Met Your Mother, Lost, BSG, look for a job, visit all the people I love and I couldn't see for the past year because I was too busy working, have fun with my friends and take to boyfriends to the hospital, among others.

Then, I don't do any of the above, get crazy because I have no time, and cry. I'm such a woman sometimes...

Well, the "taking the boyfriend to the hospital" one was an unfortunate bonus. I'm glad it's over. Ro had this rotten tooth and he skipped the root canal sessions a couple of years ago and the result is he couldn't sleep with the pain... So, we took him to the beautiful New Jersey Medical and Dentistry School Hospital, a horrible idea I had, and sited at the waiting room for about two hours.

It's amazing how much Newark is close to became this huge favela. All the hospitals, public and private, are exactly the Mario Gatti, in Campinas. I haven't got the pleasure to visit any public hospitals in Brazil really, but I watched TV. The same chaos. Drunk people, beaten people, shot people, all kinds of weird people, people with real problems and all the lazy ones, altogether.

Of course, because of our skin color, no one would ever see us. So, we left.

The problem was only solved the next afternoon, when I took him to my dentist. Sometimes I think I really hope she had taken his tooth out. Because of the irresponsibility, you know... Seriously, two years waiting for the root canal? Or was he waiting for the tooth to fall and give it to the fairy? I'm mean! She saved his tooth and he will have to get back there for more a couple of sessions.

So, that was not fun. I mean, not that she saved his tooth, only the day. Horrible. Boring. And I managed to lock myself out of the house and waited for him for like two hours. Just sucked.

(If you are wondering if I'm going somewhere with this, the answer is no. I'm not going anywhere, I'm just enjoying writing siting on my bad. This laptop thing still amazes me. So, move along...)

I'll probably be writing about my list of chores and all the unimportant things I've been thinking about in the next few posts.