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2-) Acabei de re-assistir Control Room. Chorei demais. Raramente eu choro num filme de ficção, agora, quando eu vejo uma coisa na tela da TV que é verdade e que muita gente apoia, eu desabo mesmo. Choro mais ainda todas as vezes que eu penso nos resultados das eleições. Como podem 60m. de idiotas re-elegerem este cara? O resultado foi especialmente triste para mim. Eu estou lutando tanto para ficar neste país. Só eu sei o quanto eu estou sofrendo para que isso aconteça e hoje eu não consigo enxergar meus objetivos claramente mais. Para quê ter assitido a Embbeded, Control Room, ido á passeata, escrito textos e mais textos? Eu estou profundamente triste. Lutar tanto para permanecer em um local melhor já não tem mais sentido na minha cabeça. Porque o lugar melhor parece ser em outro local.
Às vezes eu sou tão inocente, e tenho crenças que não vão me levar a lugar nenhum. Isso me aborrece tanto. Será que eu terei que mudar de páis até quando? Será que existe um local que seja justo?
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3-) Publiquei, quando assisti o filme a primeira vez nos cinemas, um texto sobre Control Room no Imprensa Marrom. Como o site está fora do ar, estou republicando uma parte do rascunho aqui.
Jehane Noujaim cresceu entre dois mundos, com a mãe americana e o pai egípcio, se dividiu entre o Cairo e Nova York, aprendendo assim, a valorizar duas culturas completamente diferentes e entender os dois lados.
Quando a guerra estava prestes a começar no Iraque, ela sentiu que deveria fazer algo, entrou em um avião e se dirigiu ao Qatar, onde fez o filme Control Room. A documentarista estava à procura de respostas para suas dúvidas sobre a guerra e encontrou um novo mundo de informações, a Tv Al Jazeera.
“Eu acreditava que se eu fosse para o Qatar eu ganharia acesso à mídia Americana e Árabe, e que se eu pudesse pisar nestes dois mundos, simultaneamente, eu entenderia melhor como as duas culturas, das quais eu faço parte hoje, poderiam ver a guerra de uma forma tão diferente,” afirma Noujaim.
Control Room conta com as lentes de Noujaim voltadas para a guerra e o papel da mídia neste contexto. O filme mostra como a cobertura das maiores redes televisivas americanas (CNN, Fox, CBS, ABC e BBC) foi destorcida e é patriótica a ponto de não reportar fatos importantes e esconder imagens de ataques e civis iraquianos mortos, mutilados, crianças feridas e corpos de soldados norte-americanos. Do documentário de Jehane Noujaim fica claro o que significa levar informação ao público através da Tv.
Na sede da rede de Tv que se propôs a ser a voz do mundo Árabe, Noujaim acompanhou o desenrolar da guerra ao lado de três dos personagens principais do longa-metragem: Capitão Josh Rushing (Oficial Militar da Mídia Norte-Americana), Hassan Ibrahim (jornalista da Al-Jazeera, ex-BBC ) e Samir Khader (diretor de redação da Al-Jazeera ). Eles ajudaram Noujaim a mostrar a complexidade da divulgação de informações durante uma guerra.
“Eu vi muitas guerras em primeira-mão, do conflito Iran-Iraque às guerras na América Latina, passando pelo Líbano e Sudão. A única conclusão que eu consigo tirar é que guerra nunca é a resposta. Violência só gera mais violência e acredite, isso não é um cliché,” declarou Hassan Ibrahim
“Antes da guerra eu estava escalado para integrar o CentCom (escritórios de correspondentes das principais redes de Tv e jornais do mundo ), para engajar discussões online. Minha proposta não era vender a guerra e sim parar de distribuir informações erradas. Mais de um ano se passou e eu me sinto desapontado de paracer tão pró-invasão. Eu ainda sonho com um Iraque que é democrático, unificado e multi-étnico, que não tem armas de destruição e não é ligado a terroristas. Um país em paz com seus vizinhos,” disse o Capt. Josh Rushing. .
“As ruas do Iraque eram as mesmas que eu costumava a conhecer há trinta anos atrás. A mesma paisagem, com uma única adição: às vezes se via tanques de guerra Americanos passando sem serem notados pela população, que se acostumou com tais coisas... A maioria dos Iraquianos hoje estão bravos, decepcionados consigo mesmos.,” disse Samir Khader.
A rede de Tv árabe, constantemente alvo de críticas por parte da Casa Branca e do Pentágono – descrita pelo secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld como “porta voz de Osama Bin Laden” – mostrou as verdades da guerra, através da paixão do grupo jornalístico presente na Al Jazeera. Em resposta aos ataques à rede Samir Khader diz uma das frases-chave do filme: “Nosso foco está no ser humano”.
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