segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Um post ranzinza

Uma massa mesmerizada, personificada em pequenos clones uns dos outros.


Eu me sinto indignada. Acho a maior perda de tempo escrever neste espaço. Odeio ler o espaço dos outros. Atualmente tudo me enoja, irrita, entristece. Eu ando numa fase dark, atualmente eu odeio tudo e todo mundo. Odeio estas pessoas que são tão felizes por aí, odeio ler os blogs dos outros, pq todo mundo foi em todos os lugares, viajou para todos os países, comeu todas as comidas de todos os povos, e viu todas as coisas legais do mundo, tem um português perfeito e que nunca erram a digitação de nenhuma palavra. De repente todo mundo é super legal, culto, perfeito e feliz e isso me enoja. Todo mundo está lindo e cada vez mais seguindo um padrão único de aparência. Todo mundo é cool hoje em dia. Todo mundo já se formou, e está fazendo mestrado ou especialização em alguma coisa. Minha especialização é em trabalhar com coisas que eu não gosto. Eu já trabalhei com energia elétrica, fibra óptica e agora com roupas. Me diz se não é para ter um câncer nestas glândulas que ficam no pescoso? O que eu tenho mais pavor de tudo é de um dia ter que voltar para casa, por estar ficando mais insana do que o normal aqui, e ter que viver com minha mãe. Ai, minha mãe, ela vai dizer: "Minha filha, com a sua experiência e falando três línguas você consegue emprego em qualquer multi-nacional estrangeira." O que a minha mãe sabe sobre as multinacionais? Que tipo de ser-humsno é feliz trabalhando numa multi-nacional? As pessoas estão perdendo seus valores mesmo! Elas (as multi-nacionais) só vêm para países miseráveis e desgraçados como o Brasil pq é assim que eles geram lucro. Mão de obra barata, em real, em um local onde as taxas são ridículas e tudo é facilitado pelo gorverno para que as empresas permaneçam no país. Será que ela realmente pensa que eu poderia ser feliz trabalhando com isso, num local desse? Isso me apavora. A maior dor que minha deve ter é que eu quero escrever. Isso não é profissão, na cabeça dela. Desta forma eu continuo vivendo aqui, pq se é pra trabalhar com merda que seja no país dos outros, onde eu não tenho direito a trabalhar com nada, e indo de casa para o trabalho, do trabalho para casa, mas pelo menos sendo livre para fazer o que eu decidir que eu devo fazer. Eu acabo me fechando para o mundo. Não ligo mais para ninguém, acho um porre quando meu telefone toca, parece que ninguém mais sabe respeitar a paz de alguém que não quer saber o que é "vida social." Não respondo e-mails e nem mensagens no MSN e afins. Não escrevo mais no blog, não marco de encontrar ninguém e quando marco eu furo, não vou. Ou pq eu não posso mesmo ou porque eu quero só saber é da minha casa mesmo. Minhas cobertas, ai, minhas cobertas neste friozinho. Cheguei ao ponto de este final de semana bater o recorde de 10 filmes. King Arthur, Clockwork Orange, Princess Diaries I and II, Love Story, Simone, Mean Girls, I Robot, Catwoman, entre outros. Eu não preciso assim, passar meu tempo perto destas pessoas todas felizes, com suas vidas perfeitas. A pior parte é que nada é perfeito, e a hipocrisia cheira muito mal.

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