segunda-feira, 31 de julho de 2006

And that's when it happend, when he came along...

Eu sou provavelmente a única pessoa do planeta que assistiu a cada segundos dos 83 episódios de cada um dos 5 anos de Queer as Folk. E como eu me diverti! E todas as vezes que eu assisto a última parte de uma história que se estende por anos da sua vida, eu fico extremamente chocada com o quanto aquilo fez parte dos meus dias.
Acabei fazendo uma seleção das cenas do primeiro episódio do primeiro ano de Queer as Folk, que fizeram eu me apaixonar perdidademente pela série e pelo casal Brian Kinney e Justin Taylor:





Entre os momentos que mais me marcaram estão a narração do Michael (que só acontece no primeiro e último episódio de toda a história da série), contando que homens pensam em sexo a cada 28 segundos. Heteros. Gays pensam em sexo a cada 9 segundos. Eu sempre repito esta frase e acrescento : I'm a gay man.

A primeira vez que o Brian bate os olhos no Justin. O mundo pára. O momento em que o Brian leva o Justin para casa pela primeira vez, tira e roupa, e joga a água da garrafa em seu corpo: cena fantástica, parace um comercial de uma garrafa de água sexy.

E a mais chocante: Brian Kinney, depois de cinco anos, dizendo para o Justin que o ama. É de cair o queixo!

Com uma edição de imagens excelente, assim como a trilha sonora e os diálogos, eu recomendo a série para tomo mundo que conheço. Acho um passo gigantesco para o fim do preconceito contra a retratação do mundo gay na mídia.

Lindo, lindo, lindo!

sábado, 29 de julho de 2006

Estresse

Esta foi uma semana daquelas: tive que preparar a viagem de volta da mãe, despachar a velhinha, sofrer de saudade e, enfrentar uma semana com notícias como esta: o babaca do Bush, acompanhado do retardado do Blair, anunciando que vão formar uma força interncional e enviar ao Líbano

Passei o dia escutando e re-escutando o babaca falar, para poder concluir uma matéria sobre o assunto. O problema é que eu não posso escrever sobre estas coisas, eu fico tão louca de ódio, que apenas palavrões aparecem na minha cabeça, e eu tenho que me controlar para não colocar todas as palavras horríveis que eu sei no texto.

Apesar de o Edu ter feito um texto excelente para o Direto da Redação, falando sobre a forma (diferente) que a mídia norte-americana está tratando do conflito, quando eu leio algo como o parágrafo abaixo eu sinto vontade de grudar na parade de ódio ! (interna!)

"This approach will make possible what so many around the world want to see: the end of Hezbollah's attacks on Israel, the return of Israeli soldiers taken hostage by the terrorists, the suspension of Israel's operations in Lebanon, and the withdrawal of Israeli forces."

Descarado. O Hezbollah ataca Israel mas, Israel apenas mantém operações no Líbano. Incrível como Bush deixa claro que, na concepção dele, os papéis de mocinho e bandido estão claros.

No final das contas, acabamos criando uma charge em que o Pinky e o Cérebro fazem o mesmo discurso que Blair e Bush fez na sexta-feira. Ficou assustadoramente engraçado.

Riverside, NJ

Estou fazendo uma matéria sobre Riverside, NJ, uma cidade de 8 mil habitantes, sendo 4 mil imigrantes brasileiros ilegais, com uma história interessantíssima e, eis que me deparo com esta animação cafonérrima do jornal Philadelphia Inquirer mas que, apesar de tudo, é extremamente real.

Além de Riverside Dreams, tem Capoeira.

Reporter Jennifer Moroz made more than 50 trips to Riverside during 15 months of reporting. She interviewed more than 150 residents, about half Brazilians and half locals, including police and municipal and school officials. In May she traveled to Brazil, where over two weeks she interviewed about 50 people, including U.S. State Department and Brazilian officials. She has spoken with a dozen immigration officials and experts, including several specializing in Brazilian immigration.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Calor deixa 100 mil sem energia

Calor deixa 100 mil sem energia


BR Press

Vanessa Mael, do Extra/Especial para BR Press
(Nova York, BR Press) - As últimas semanas foram marcadas por dias de extremo calor, com a temperatura alcançando os 48.3 graus Celsius. Assim, o ar-condicionado tem sido o eletro-doméstico mais utilizado nas residências do nordeste norte-americano, o que tem gerado cortes de energia constantes nas grandes áreas urbanas, como Nova York e Newark (NJ), onde as companhias elétricas não conseguem atender à demanda.

Desde 17/07, problemas de falta de energia geraram atrasos nos metrôs nova-iorquinos, cancelamento de vôos domésticos e 100 mil pessoas ficaram sem energia no Queens (NY). Inicialmente, a distribuidora de energia que atende o estado, a Consolidated Edison (ConEd), anunciou que apenas 2,500 clientes enfrentaram problemas com o abastecimento de eletricidade.

Na última sexta-feira (21/07), segundo o prefeito Michael Bloomberg, cerca de 25 mil pessoas permaneciam sem eletricidade. A distribuidora anunciou que as equivovacas estimativas iniciais tomaram como base a reclamação de clientes através de ligação telefônica.

Aeroportos no escuro

Determinados bairros do Queens passaram seis dias completos sem eletricidade, sem previsão para a normalização do serviço. Dois terminais do aeroporto La Guardia ficaram sem energia elétrica e, assim, cancelarem vôos domésticos no dia 19/07. A penitenciária municipal Rikers Island teve de operar com a ajuda de geradores de energia.

A explicação oferecida pela concessionária é que 10 dos 22 cabos de transmissão de energia que abastecem o Queens não estariam operando corretamente, e que o motivo era desconhecido. A ConEdison colocou 256 caminhões trabalhando em períodos de 16 horas, para tentar normalizar o problema.

A distribuidora tem duas semanas para entregar um relatório explicando as causas da falha na distribuição de energia para a prefeitura de Nova York, a fim de evitar multas.

New Jersey

A PSEG, que atende o estado de New Jersey, falhou em distribuir energia para uma lista de 20 cidades dos condados de Bergen, Essex e Hudson, na penúltima quarta-feira (19/07). Algumas áreas do bairro Ironbound, de Newark, ficaou sem energia elétrica entre às 18h tarde da penúltima terça-feira (18/07), até 11h15, do dia seguinte.

Novamente, no período da tarde, ocorreu queda de eletricidade, que se normalizou apenas na quinta-feira (20/07). A distribuidora de energia alegou que não tinha caminhões suficientes para atender todos os chamados de falta de eletricidade e, por isso, estabeleceu períodos de 24 horas para a normalização do serviço.

Resposta do governo

As prefeituras de Newark e Nova York lançaram comunicados à população alertando sobre o risco do calor e pedindo para que os residentes se mantenham hidratados e procurem locais fechados para passar os períodos mais quentes do dia, entre 12h e 16h.

Também, programas de verão para atender aqueles que não têm ar-condicionado em suas residências, ou que se encontram temporariamente sem energia, foram desenvolvidos. Pontos para se refrescar foram divulgados no dia 18 de julho, nas duas cidades. Os idosos receberam comunicado para se encaminharem para centros de saúde da cidade, portando seus medicamentos.

Nova York abriu mais de 300 centros para abrigo do calor e Newark tem cerca de 18 localidades. As piscinas públicas de Nova York ficarão abertas até às 20h durante o verão.

Calor que mata

A vigorosa onda de calor provocou a morte de pelo menos 16 pessoas, incluindo a região da Philadelphia, a cidade de Oklahoma, Arkansas, Indiana, Dakota do Sul e Tennessee. Mas a área mais afetada ainda é a região metropolitana de Chicago, onde foram confirmadas quatro mortes por causa do calor intenso.

Durante a grande onda de calor do verão de 2003, na Europa, mais de 15 mil pessoas morreram na França, 20 mil na Itália, e 2 mil pessoas morreram de calor no Reino Unido. Em 1995, durante uma onda de intenso calor que durou duas semanas em Chicago, foram registradas cerca de 465 mortes.

Na França, o alto número de mortos em 2003 foi explicado como falha do governo francês em manter um número suficiente de funcionários trabalhando nos centros de saúde do país para dar assistência à população, que apresentou doenças relacionadas com as ondas de verão, assim como a falta de ar-condicionado nos postos de saúde e hospitais públicos.

De acordo com o Center for Disease Control, de Nova York, permanecer isolado e a inabilidade de cuidar de si próprio podem gerar grande risco de doenças relacionadas com o calor e eventual morte.

Durante as ondas de calor os músculos do corpo humano estão passíveis a sofrerem cãimbras e espasmos, gerado pela fatiga e falta de ar, quando o tempo se encontra extremamente úmido. Apesar de cãimbras de calor não serem sérios sintomas, elas podem ser consideradas sinais de que o corpo necessita de descanso e hidratação.

Um outro sintoma muito comum é a exaustão causada pelo calor e pela perda de líquidos através do suor e do exercício físico, principalmente em ambientes quentes e úmidos. O fluxo de sangue para a pele aumenta, diminuindo em orgãos extremamente importantes para o funcionamento do corpo humano. Se não tratada, a exaustão causada por ondas de calor pode levar ao infarto, a principal causa de morte por calor.

O calor pode gerar permamentes danos cerebrais, e consequente morte, caso algumas medidas para refrescar o corpo não sejam tomadas.

(*) Conteúdo do jornal Extra, publicado nos EUA e distribuído no Brasil pela BR Press.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Difícil é escolher

CULTURA - Difícil é escolher

Vanessa Mael, do Extra/Especial para BR Press
(Nova York, BR Press*) - Uma fusão internacional de arte, o 10th Lincoln Center Festival acontece até 30/07 e requer muito fôlego para assistir a todas as produções artísticas selecionadas nesta edição do evento. São 53 trabalhos de oito países diferentes incluindo drama, ópera, dança, música, filme, painéis de discussão e eventos especiais que devem acontecer em oito teatros ao redor e no centro cultural. Tudo grátis.

Em seus 10 anos de história, o Lincoln Center Festival já apresentou mais de mil performances de artistas de 50 países diferentes. Dos trabalhos apresentados, 110 foram especialmente desenvolvidos para a mostra.

Dança e teatro

Entre os maiores destaques está a ópera Grendel, uma realização da LA Opera House, de autoria de Julie Taymor e Elliot Goldenthal, baseado no livro homônimo de 1971, de John Gardner. Também merece destaque o espetáculo de dança contemporânea Telophaza, da companhia israelita Batsheva Dance Company, sob a direção de Ohad Naharin; a peça teatral Geisha, uma produção Theater Works Singapore, sob direção de Ong Keng Sen; e o número Blind Date, coreografado por Bill T. Jones, apresentado pela Arnie Zane Dance Company.

O poema de época Beowulf conta uma história de solidão sob o ponto de vista do monstro, que se mostra um sensível observador com um senso de humor macabro. Aventuras da feroz criatura em batalha com diversos oponentes são reproduzidas no palco, provocando arrepios na platéia e incitando à reavaliação do que é certo e errado. A adaptação da novela de Gardner pelo grupo La Opera mostra que ópera não é feita apenas de música e histórias dramáticas, mas de um cenário e decoração hollywoodianos, efeitos especiais, fantasias e elenco de primeira.

A figurinista Canstance Hoffman e o cenógrafo George Tsypin trabalharam de perto com a diretora Julie Taymor (formada em Mitologia e Folclore, pelo Oberlin College), para atingirem o grau de misticidade desejado por Taymor. Conhecida pelo seu trabalho em O Rei Leão, na Broadway, a diretora construiu um mundo visual que conta boa parte da história.

Durante o Lincoln Center Festival de 2006, os amantes da dança contemporânea terão um leque de opções variadas à sua disposição. A organização do festival seleciona renomadas companhias de dança e expressão corporal do mundo todo, como a Batsheva Dance Company, de Israel, para participar de um dos eventos culturais mais disputados de Nova York.

A conceituada companhia de dança israelita apresenta uma distinta visão artística. O coreógrafo e diretor artístico Ohad Naharin é um experimentalista por natureza. No espetáculo Telophaza, quatro telas de vídeo gigantes são instaladas no teatro e apresentam close-ups dos 40 dançarinhos, executando os mais impossíveis movimentos.

As músicas escolhidas para acompanhar a apresentação refletem a emoção e a sensualidade dos movimentos. A diversidade está sempre presente, como nas notas dos extremistas da música eletrônica – muito popular em Israel – David Toop e Otomo Yoshide, passando pelo rock de Bruce Springsteen, até os clássicos da Bollywood Brass Band.

O tema já chama atenção dos ocidentais por si próprio: o conceito de Geisha, mulher oriental que nasceu para servir dar prazer para os homens, permanece mistério atrativo para o ocidente. Na peça do Theaterworks Singapore, dirigida por Ong Keng Sen, o palco do Gerald W. Lynch Theater fica coberto por tapeçarias japonesas, adaptando as casas de chás onde geishas e maikos (aprendizes de geishas), atendem à uma rica clientela de empresários.

A intenção do diretor Keng Sen é levar o público para uma viagem ao mundo de uma geisha, desde sua infância até os estressantes anos de aprendizado de boas-maneiras, passando pela arte de organização de flores, kimonos, perucas e extremamente complicadas técnicas de maquiagem. Entretanto, o ponto alto do treinamento de uma geisha, é a habilidade de conversar com qualquer tipo de cliente.

Dentro do grupo de produção cinco-estrelas selecionado pelo diretor Keng Sen, se destacam o DJ Toru Yamanaka, a narradora Karen Kandel, o dançarino Gojo Masanosuke.

Colisão de sentimentos

Nas mãos do coreógrafo Bill T. Jones, questões como patriotismo, honra, sacrifício e lealdade são retratadas através da dança. Jones questiona conceitos e definições de valores em um mundo dominado pelo fervor nacionalista e religiosidade cega.

O grupo Arnie Zane Dance Company é um dos mais intrigantes conjuntos de dança contemporânea, conta com uma instalação de vídeos que focalisa em detalhes da coreografia, assim como cenários que mudam constantemente durante a apresentação. A trilha sonora varia de clássicos, como Bach, a contemporâneos como Otis Redding.

O espetáculo Blind Date pode ser classificado como um trabalho multimídia, que provoca a colisão de sentimentos e uma apresentação visual hipnotizante.

Lincoln Center - Columbus Ave e 65th Street, New York, NY

(*) Conteúdo do jornal Extra, publicado nos EUA, e distribuído no Brasil pela BR Press.


No jornal foi publicado de forma diferente, com uma análise mais detalhada de cada um dos quatro espetáculos citados do Lincoln Center.

terça-feira, 25 de julho de 2006

An evening with Harry, Carrie and Garp

Imagine J.K. Rowling, Stephen King e John Irving na mesma sala. Não é de enlouquecer? Para uma maluca por literatura pop-trash como eu, que tem TATUADO no corpo o símbolo de um autor adolescente, um evento reunindo os três alí de cima seria de matar do coração.

J. K. Rowling, creator of the HARRY POTTER series; Stephen King, author of CELL, THE SHAWSHANK REDEMPTION and CARRIE, and John Irving, author of THE WORLD ACCORDING TO GARP and the Academy Award-winning THE CIDER HOUSE RULES, will present “AN EVENING WITH HARRY, CARRIE AND GARP” at Radio City Music Hall in New York City on August 1 and 2, 2006.

Estou morta, mortinha...

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Neurotic, sarcastic and frustrated

Estas três palavras são para me descrever, segundo a Andressa, uma designer que trabalha comigo. Não é que aconteceu "the weirdest thing"? A Andressa me liga, desesperada e gritando, dizendo que eu fui a atração de domingo à noite! A garota foi assistir "Failure to Launch"(chick flick com a Sarah Jessica Parker), e descobriu que fizeram um personagem inteiro baseado na minha existência: a Kit.

O engraçado é que quando eu assisti o filme eu fiquei meio chocada, o corte de cabelo é o mesmo, a falta de noção nas combinações das roupas, os brincos e colares, e pior de tudo: o quanto a menina é infeliz e irônica. Muito, muito eu. A forma de falar, o desinteresse por tudo no mundo, o jeito atrapalhado, grosseiro e tosco que, no final das contas, acaba sendo engraçado de tão infeliz que a Kit é. Só que eu nunca comentei isso com ninguém.

Então, a Andressa me liga dizendo que não conseguia parar de pensar em mim durante todo filme, por que a Kit é tão "neurotic and sarcastic and frustrated as you are"! E se matava de rir. Fez a comparação do cabelo preso torto no alto da cabeça, da franja, das camisas de rock e listradas. Um bafo!

Esta é a imagem feliz que eu passo para os colegas de trabalho: neurotic and frustraded. Que maravilha! Acho que o álcool é a culpa de tudo (a idéia da "Champagne Thursday" já foi mais do que adotada:





É a mais exata reprodução do meu infeliz ser. Com exceção dos grandes olhos azuis, claro! ;-P

Sobre o conflito com o Líbano

Mychelle fazendo charge sobre o conflito de Israel com o Líbano:

Dois bonequinhos magrinhos com as mãos na cintura cantando: "Ah, Ah, vai ter que Hezbollah! Ah,Ah, vai ter que Hezbollah!"


De rolar de rir. Que desgraça, a gente rindo com a guerra dos outros... tsc, tsc...

sexta-feira, 21 de julho de 2006

4th Brazilian Film Festival

CINEMA - O Brasil nas telas de NY

Yahoo

(Vanessa Mael - Nova York, BR Press*) - Entre os dias 06 e 13/08, o 4th New York Brazilian Film Festival apresenta 19 filmes brasileiros do cinema contemporâneo. A programação estréia no festival SummerStage, no Central Park, e segue com exibições no complexo Tribeca Cinemas. Na abertura do evento domingo (06/08), no Rumsey Playfield, será apresentado o documentário Coisa Mais Linda – Histórias e Casos da Bossa Nova, do diretor Paulo Thiago, seguido de um show com o cantor Lenine, no palco ao ar livre, para um público aproximado de 8 mil pessoas.
No complexo Tribeca Cinemas, os filmes passam a ser exibidos a partir do dia 07/08, dando início à mostra. Foram selecionados 19 longas-metragens, incluindo quatro títulos ainda inéditos no Brasil: Veneno da Madrugada, de Ruy Guerra, Anjos do Sol, de Rudi Lagemann, e Brilhante, de Conceição Senna.

A expectativa para este ano é de que o evento reúna mais de 30 mil espectadores. Todos os filmes brasileiros do festival exibidos no Tribeca Cinemas concorrem ao prêmio de melhor longa-metragem na opinião do público. O vencedor participará da mostra no Festival de 2007.

Visibilidade

Organizado pela Infinito, além de promover intercâmbio cultural, fortalecer a formação de novas platéias e dar visibilidade à cultura brasileira nos Estados Unidos, o festival visa atrair distribuidores do cinema internacional e criar oportunidades de negócios para os produtores brasileiros.

Ingressos avulsos e pacotes especiais são oferecidos ao público, os preços variam entre US$ 12,00 e US$ 120,00.

(*) Conteúdo do jornal Extra, publicado nos EUA, e distribuído no Brasil pela BR Press

Funk Pancadão

Os cariocas da minha vida! Quanto mais eu tiro sarro da raça, mais me aparece. Agora o Rômulo entrou pro time dos cariocas que nasceram para tirar onda com meu sotaque e cantar funk na minha cabeça. Como a vida se transformou apenas em trabalho, eu sou obrigada a me divertir com isso:



É de rolar de rir!

terça-feira, 18 de julho de 2006

Dark Thoughts on Happiness

Olha, para me fazer sorrir nos últimos tempos, só o João e a New York Magazine. Na semana passada, a revista lançou um artigo que fala sobre a felicidade de mais de 10 páginas. É longo, mas é muito interessante. (interessante = eu concordo com o ponto de vista expressado -- incrível como tudo no mundo é relativo...)

Eu tenho passado os últimos meses pensando sobre como eu sou a comediante do jornal, ao mesmo tempo em que eu sou miserável e infeliz. E discutindo com as pessoas exatamente os mesmos temas que são discutidos no artigo.

Vale a penas ler! E aqui, vão os melhores pedacinhos:

Choice creates unhappiness, argues Barry Schwartz, so “New Yorkers should probably be the unhappiest people on the planet. On every block, there’s a lifetime of opportunities.”
(Eu acredito 100% nisso, e sempre digo: "feliz é o ignorante". Quanto menos você sabe, menos opções você tem, maior a felicidade que você alcança. Quanto mais você sabe, mais você sabe que não sabe, mais você sabe que está perdendo sempre, mais infelicidade você alcança. É um no win game. Especialmente em New York.)


“It seems to me,” says Adam Phillips, that “anyone who could maintain a state of happiness, given the state of the world, is living in a delusion.” (Sinceramente, como as pessoas podem ser felizes? Eu vivo reclamando para a Mychelle que eu não saio mais para dançar em NY porque eu ODEIO o clima de "tudo é lindo, entramos no club, como somos felizes!! \O/ -- Sabe, é impossível que alguém seja feliz em 48ºC. Ou em -27ºC. Nunca existe uma temperatura decente. E eu não sou apenas ranzinza, não. Está feliz? Não deve ler jornal. Meu amigo, é tsunami, terremoto, míssel, guerra, religião, PCC, eleição, todo tipo de porra! O mundo é uma desgraça e neguinho ainda me pára no msn para contar as maravilhas da vida. Por favor...Delusional mesmo!)


Mas o que mais me matou de rir é o Manual Como Ser Feliz:

Decide where to go to college by picking two decent schools and flipping a coin.
The relatively unexamined life is worth living. Barry Schwartz’s The Paradox of Choice documents numerous studies in which thinking too hard about multiple choices leads people to preemptively regret the options they’re going to miss out on. This triggers a stress reaction that tends to focus narrowly on random variables—producing unwise decisions, paralysis, and superfluous law degrees. Those who seize the first option that meets their standards (which don’t have to be low, just defined) are happier than those who insist on finding the perfect solution.

(Perfeccionistas vivem em um constante inferno. Este tipo de decisão, que pode mudar a sua vida, é extremamente estressante e eu concordo com o método de solução: flip a coin. É a história da escolha, depois você passa o resto da sua vida pensando o que seria SE...SE...SE... E se eu tivesse ficado no Brasil, terminado minha faculdade na Pucc, não me separado do Ricardo, vivendo perto da minha avó.. E se...Inferno, com labaredas e tudo!)

Don’t go to law school.
Lawyers are 3.6 times more likely to be depressed than members of other professions, and it’s not just because their jobs are more stressful. For most people, job stress has little effect on happiness unless it is accompanied by a lack of control (lawyers, of course, have clients to listen to) or involves taking something away from somebody else (a common feature of the legal system).

(Pode adicionar: don't go to journalism school. Jornalistas sofrem com as editoras "a la Devil wears Prada", sofrem sem emprego, sofrem sem inspiração, sofrem com a língua, sofrem sobrindo polícia, sofrem com a carga horária, sofrem com a competição, sofrem com a falta de smart insights, sofrem quando descobrem que o mundo é uma merda e que ninguém vai mudar isso, sofrem quando perdem todas as ideologias, sofrem enfrentando a realidade. Enfim, go be a professor or something...

Fire your therapist if he so much as mentions your childhood.
Contra Freud and pro common sense, much of Authentic Happiness author Martin Seligman’s research suggests that rehashing events that enraged you long ago tends to produce depression rather than sweet closure and relief.

(Nossa! Total! X% das pessoas do mundo que tiveram uma merda de uma screwed up childhood, querem mais é esquecer o passado e olhar para frente. Meu amigo, não adianta revirar e reviver o que já passou. Já era. Você não tem controle sobre o passado. Olha para frente, que é o que você pode mudar. Aí você vai fazer terapia com estes caras que querem te fazer entender que o que você é hoje é um reflexo do que você viveu com três anos de idade. Argh! Muda o disco!)

Send the kids off to day care, summer camp, and boarding school.
On a day-to-day basis, caring for children creates roughly the same level of satisfaction as washing the dishes. In fact, surveys of parents invariably find a clear dip in happiness after the Blessed Miracle of Childbirth, which continues unabated for twenty years—bottoming out during adolescence—and only returns to pre-birth levels when the child finally leaves home.

(I dream of a child-free world! Este é meu motto. Está aí, comprovado, criar uma criánça gera o mesmo nível de satisfação que lavar louça. Fantástico! Criança é um atraso.)

But make sure they’re busy once they get there.
Seligman cites research indicating that children who develop hobbies and interests besides loitering and watching TV are much more likely to be satisfied later in life.

(Eu realmente sinto pena daquelas pessoas que são incapazes de se divertirem sozinhas. Sabe, sem hobbies, não se interessam por absolutamente nada, dependem de outro ser humano para se sentir bem...)

Join a church, a yoga studio, an Alcoholics Anonymous group, or an underground fight club.
People who have more friends and belong to community-building groups are happier. To paraphrase the Norm MacDonald–era “Weekend Update,” perhaps that’s the kind of finding that could have been published in the scientific journal Duh, but there it is.

(Provavelmente pessoas que têm mais amigos são mais felizes. Este campo eu não conheço... E, também é muito provavel que pessoas que acreditem em alguma coisa, que sigam uma religião, sejam mais felizes. Tenham mais esperança, sei lá... Ser ateu não é fácil! Mas, a ponto aqui é, se ligar à grupos comunitários de atividades, tentar localizar pessoas que gostem das mesmas coisas que você gosta. Sabe, inclui aí, comunidades do orkut, anúncios pessoais nos jornais, craiglist... Vá caçar a sua turma, literalmente.É muito mais fácil se associar com pessoas que têm os mesmos interesses que você. Interesses iguais geram objetivos iguais.)

domingo, 16 de julho de 2006

Siren II

3 horas de transporte público para ir até Coney Island + 11 Cds + 2 isqueiros do The Streets + 3 vídeos do Scissor Sisters + 3 1/2 de transporte público para voltar = Siren 2006

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Siren

Eu já fiz uma porção de posts sobre o festival de música indie do Village Voice. O Siren é motivo mais do que suficiente para enfrentar a viagem de cerca de uma hora de metrô até Coney Island, na pontinha do Brooklyn.

Este ano, existe um motivo extra: Scissor Sisters! Uma das bandas mais gays-dançantes-cool de todos os tempos! Quando o Village Voice anunciou que a banda principal de 2006 seriam eles, eu tive certeza absoluta de onde eu estaria no dia 15 de julho. Exatamente como nos dois últimos anos!

E, o clipe que melhor descreve a banda e Coney Island, Filthy/ Gorgeous:




quarta-feira, 12 de julho de 2006

TOEFL

Chegou o resultado do TOEFL, dois dias atrasado!

A história é longa e, o resultado em si, é o de menos. Morando aqui, eu já notei que vou ter que provar pro resto da vida que eu faço inglês.

A primeira vez foi durante a transferência da faculdade para o Bergen Community College. Depois de um processo que dura anos e dos testes cretinos, eu ainda fui obrigada a me matricular no programa de inglês da faculdade antes de iniciar os cursos regulares.

Depois, teve a transferência pra NYU. Mais testes de inglês.

Agora, tive que fazer o teste novamente para poder me matricular em um curso de especialização em arte, do Pratt Institute. Para quem não sabe, o TOEFL expira em dois anos. Ou seja, quando você terminar um curso e quiser aplicar para outro, vai ter que refazer o exame.

Passei muito tempo procurando alguma coisa que me interessasse, e encontrei este que se chama Critical and Visual Studies, que nada mais é do que análise crítica de arte. Interessantíssimo e curto. Ainda assim, para mim, que não tenho a grana pra pagar, vai levar alguns anos pra concluir.

Fiz o exame de inglês, que era a única que faltava para completar a embalagem gigantesca que eles exigem que você apresente. Coloca aí três cartas de recomendação, mais de 10 samples de textos, portifólio, uma carta "inspiradora" explicando porque você quer fazer o curso e mais um milhão de coisas, incluindo a sua carteira de vacinação.

Só que, quando eu fui me matricular para o TOEFL, em janeiro, o exame estava suspenso. Eles ficaram cerca de três meses reformulando o teste. Só consegui data pra prova em Maio. CINCO meses depois.

No final das contas, eles só inventaram um novo nome, "TOEFL i-BIT". Nada mais é do que o exame feito no computador, não achei nada de demais.

O resultado, não é mais alto como antes, 300, 500 aquelas coisas doidas. Agora é separado por fase, com uma soma total.

Reading -- 0-30
Listening -- 0-30
Speaking about familiar topics
Speaking about campus situations
Speaking about academic course contents -- 0-30 (somando as três fases)
Writing based on Reading and listening
Writing based on knowledge and experience -- 0-30 (somando as duas fases)

Total máximo 120

Vamos dizer que eu fui bem em quase tudo, com exceção de, tan, tan, tan, writing!
uuuhhhhhuuuuuuu \O/

A única coisa que eu faço da vida. Uma avaliação "FAIR".
Nota máxima nas outras categorias mas, não deixem esta mocinha sair escrevendo por aí! Que vergonha!

Bom, é claro que eu já formulei uma desculpa: como writing é a última parte do exercício, eu já estava cansada de quatro horas seguidas de prova e tive pouco tempo para me expressar da forma que eu gostaria.

;-P

Bullshit!

Enfim, agora é enviar uma cópia da carta pro Pratt e já preparar a cabeça, o bolso, a agenda, tudo mais. Quando começar o curso, é só escola e trabalhar pra pagar escola. Adeus vida!

Sinceramente?

Estou tendo "second thoughts".

Vamos ver...


up-date:

Bem lembrado! Conversando com a Mychelle, contei sobre o resultado do TOEFL que chegou em casa, e ela relembrou a noite anterior ao teste:

"Levando em consideração que você estava completamente bêbada, dançou até as 6 da manhã, dormiu em uma cama apertada com várias pessoas, foi fazer a prova, horas demais, com uma ressaca do inferno, em uma cidade longe pra caralho... Sua nota foi excelente!"

hehehe

Até parece que eu sou uma destas punk-hard-partying-girl. Nem sou. A questão é que naquela noite, antes de TOEFL, eu me diverti pra caralho no melhor club do planeta! ;-P

sexta-feira, 7 de julho de 2006

Gnarls Barkley II

Me diz se isso não é a coisa mais engraçada?

GNARLS BARKLEY - St. Elsewhere, o melhor disco do ano

Copiei uma mini-resenha que eu publiquei no jornal esta semana, sobre um dos melhores CDs que eu já escutei na vida. No início do ano, o Marcelo, chegou no jornal com esta maravilha do GNARLS BARKLEY e eu me apaixonei.

St. Elsewhere
GNARLS BARKLEY


Um dos cds mais criativos da história da música. Mistura tantos rítimos e estilos que é difícil descrevê-lo. Danger Mouse, criou um projeto denso com batitas dançantes. Seu parceiro, Cee-Lo, veterano do hip-hop,conhecido na cena musical de Atlanta ajudou a produzir o disco, que oferece matidas de pop, hip-hop, soul e rock. O single “Crazy”, apresenta um gancho irresistível ("I remember when, I remember, I remember when I lost my mind"), e se tornou hit na internet seis meses antes do álbum ser lançado oficialmente. A arte do cd é imperdível, com paródias de filmes “cult”, como “Napoelon Dynamite”.

DUZENTAS MIL ESTRELAS PARA ESTE ÁLBUM e para a presentação mais cool da história da MTV AWARDS, com a banda fantasiada de "STAR WARS", e o Darth Vader negro arrazando.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Que imigrante é esse?

EUA - Quem são seus imigrantes? - 6/7/2006 12:19:15
(Nova York, BR Press**) - Governo norte-americano tem uma difícil questão a resolver: “O que fazer com 32 milhões de imigrantes em situação irregular no país?”. Por Mychelle Romeda e Vanessa Mael.


EUA - Quem são seus imigrantes?

Por Mychelle Romeda e Vanessa Mael

(Nova York, BR Press**) – Quando um país, por um motivo qualquer, necessita que indivíduos de outras nações venham a oferecer sua força de trabalho e, estes, por sua vez, não têm como efetuá-la em seu próprio lugar de origem, buscando exercê-la em outras terras, nos vemos diante de uma situação social propícia à imigração. Além disso, o ânseio em conhecer culturas diferentes, entender como outros povos vivem, se relacionam e se comportam são os motivos que levam uma pessoa a considerar a possibilidade de mudar-se do seu país de origem.

Estas características aliadas à um convite de trabalho ou ao desejo de estudar em uma instituição de ensino norte-americana, faz com que milhares de brasileiros venham para o EUA com as malas prontas -- para ficar de vez. É o caso de Daniele Martin*, que vive nos EUA há oito anos, e já aplicou para a cidadania. Martin realizou o teste do Immigration e Naturalization Services na última quarta (05/07). “Não me mudei para os EUA em busca do ‘sonho americano’. Até porque, naquela época, eu nem sabia da existência deste conceito. Vim viver aqui e executar tudo o que isso representa. Gosto do estilo de vista, gosto de poder conhecer pessoas do mundo todo, com culturas riquíssimas, e ter opções de entretenimento cultural diversificadas”, diz.

Em 2005, mais de 16 mil brasileiros imigraram legalmente para o país. É um crescimento de 58% em relação à 2004, de acordo com estudo do US Citzenship and Immigration Services (USCIS). O imigrante permanente -- que veio para ficar -- está aberto para conhecer novos lugares, pessoas e culturas, diferentemente do “imigrante sazonal” (que procura outra nação para acúmulo de capital e bens de consumo, com a intenção de retornar para o país de origem e conquistar, assim, uma melhor qualidade de vida). Uma vez em terras novas, esta pessoa está passível de se apaixonar por um novo estilo de vida.

Epcot Center gigante

Uma escola de inglês brasileira traz em seu logo a frase Cidadão do Mundo. Para um grupo específico de imigrantes presentes atualmente no EUA, esta é a justificativa para a mudança de país. “A concepção de países e fronteiras é tão primitiva que preferi ignorá-la e resolvi viver em uma parte diferente do globo”, explica Graziele Besen, 26 anos, pós-graduada em Fisiologia do Exercício. Besen saiu do Brasil há dois anos, e vive hoje em Baltimore, Maryland, onde cursa mestrado em Fisioterapia, no Community College of Baltimore County. “Gosto tanto de morar em um local em que eu conheço pessoas do mundo todo e, por isso, acabo me envolvendo com diferentes culturas, visitando diferentes restaurantes, é como se fosse um Epcot Center gigante”, diz Bessen, se referindo ao parque educativo-cultural da Disney World.

“Senti, durante muito tempo, que eu não pertencia ao Brasil, como um peixinho fora d’água”, revela Daniele Martin, de 28 anos, designer gráfica que vive em Highland Park, New Jersey, desde os 17. “Aqui, eu me identifiquei com o estilo de vida. Quando saí do Brasil, estava entediada e queria conhecer coisas novas. Nos EUA eu encontrei meu lugar”, continua Martin, que cursou Graphic Design na Middlessex Community College e trabalha atualmente como designer da Muralo Paints.

“Minha família mora hoje no Canadá. Assim como eu, meus pais também escolheram outro país para viver”, explica Martin, que viaja constantemente para o Canadá para visitar os parentes. “Meu pai é engenheiro e foi para o Canadá suprir a demanada de mão-de-obra especializada especializada há alguns anos atrás. Sinto falta das pessoas, dos amigos, do calor brasileiro”, comenta Martin. “Mas o americano também não é tão frio quanto todo mundo pinta, eu já presenciei momentos em que os americanos demonstraram intensa compaixão e solidariedade a amigos e parentes”, diz a designer, lembrando-se de um episódio em que o apartamento de uma parente pegou fogo e os vizinhos vizeram doações generosas.

Diante da realidade de um Brasil com sérios problemas sociais, o imigrante permanente dá valor à qualidade de vida e valoriza a arte e cultura. “Você pode contar quantos museus existem no Brasil inteiro? E em New York? Até mesmo a Filadelfia, que é 10 vezes menor do que São Paulo no número de habitantes, tem uma quantidade maior de museus do que qualquer capital brasileira”, contabiliza Eliana Maeda. “A variedade de eventos culturais disponíveis, muitas vezes gratuitos, é o que prende qualquer ser humano à New York -- é impossível não viver aqui”, declara Marina Colabelo, fisioterapeuta que mora no Brooklyn, há dois anos.

“Nos EUA encontramos segurança pública. Apesar de certos bairros manterem alto índice de assaltos e assassinatos, em média, New York é um local onde eu me sinto segura para pegar o metrô de madrugada, voltando de alguma festa. Eu não o faria em São Paulo”, diz Colabelo. “É a possibilidade de ter opção. Ficando no Brasil, com ou sem dinheiro, você pode ter certeza que você não vai assistir a peças de teatro com a frequência que é possível assistir em New York, por exemplo”, compara Glauce Baen, psicóloga que vive em New York. “É uma questão simples de escolha. Eu quero ter o direito de fazer escolhas, e por isso eu não moro no Brasil.”

Mão-de-obra especializada

Esta categoria de vistos foi estabelecida pelo Congresso norte-americano em 1990, e dá a opotunidades a empregadores de contratar mão-de-obra altamente especializada. Inicialmente, este visto dá o direito do imigrante permanecer no EUA por três anos. Ele é renovável por mais três anos. Apesar de ser considerado um visto para trabalhadores temporários, após cinco anos é possível aplicar para a residência permanente.

Geralmente, nesta categoria de visto enquadram-se estrangeiros com ocupações que requerem conhecimento técnico ou teórico em um campo especializado, como arquitetos, engenheiros, programadores, contadores, doutores, professores universitários e modelos. É necessário comprovar os conhecimentos através da apresentação de um diploma de mestrado ou de qualificação superior.

O projeto de reforma na lei de imigração, atualmente sendo analisado pelo Senado norte-americano, também prevê o aumento significativo do número de vistos anuais para trabalhadores estrangeiros altamente qualificados, conhecidos como H1-B. A indústria de alta tecnologia vem promovendo esta mudança legal, por considerar que os estrangeiros especializados são vitais para a saúde das empresas americanas e sua liderança mundial.

Em 2004, grupos oponentes à imigração conseguiram uma redução da cota de vistos H1-B em dois terços, dos 195 mil concedidos em 2001 para apenas 65 mil. No entanto, várias empresas de tecnologia reinvindicaram um aumento no número de vistos H1-B para 115 mil, a partir do próximo ano, tendo em vista a demanda de mercado.

De imigrantes a cidadãos

O imigrante, por definição, é a pessoa que se estabelece em um país que não é aquele em que nasceu. No entanto, a questão não é tão simples assim. Cada caso de imigração tem a sua particularidade. Em comum, todos os imgrantes buscam uma só coisa – melhores condições de vida. Quer seja em busca de emprego, oportunidades de fazer cursos, fuga de guerras, motivos políticos, entre inúmeros outros motivos.

Diante da definição do que vem a ser um imigrante, é possível identificar uma diferença entre o que acontece na prática. A grande maioria vêm em busca de trabalho, para juntar uma quantia de dinheiro ou realizar um objetivo, como comprar uma casa, abrir um negócio ou pagar os estudos. Mas não vêm com a intenção de imigrar. A estada é temporária, ou seja, trata-se de uma imigração sazonal.

Nestes casos, a definição de “migrantes” é a que melhor descreve a trajetória desses estrangeiros, apesar desta denominação ser usada para o indivíduo que muda de uma região para a outra, no interior de um país. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), “o migrante pode constituir família, conseguir ocupação e fazer amigos no local para onde migrou ou, ao contrário, ter deixado tudo isso na localidade na qual morava, para tentar a sorte em outra cidade. Faz novos amigos, arranja outro emprego, sendo possível até que volte ou mande vir para junto de si seus familiares. Isto quando não migram famílias inteiras”.

Mudanças como essas parecem simples, porém, mexem com diversas estruturas, tanto econômicas quanto sociais, tanto de um país como de outro. Além disso, mexe com a questão da identidade cultural de cada pessoa. Muito além de transpor barreiras geográficas, um imigrante deve ultrapassar barreiras culturais.

“Tenho 41 anos, sou natural de Belo Horizonte. Cheguei aos Estado Unidos em 1997, depois de meu negócio ter falido no Brasil. Eu tinha uma rede de mercados, cerca de seis estabelecimentos de pequeno porte”, conta Arthur*. “Como todo mundo sabe, quando se chega aqui a gente faz de tudo. E comigo, claro, não foi diferente”. Hoje Arthur trabalha em companhias que fazem asfalto e manutenção de estradas, pontes, túneis, etc. É sindicalizado. Ganha cerca de US$ 30,00 dólares por hora e tem direitos de um cidadão americano, apesar de ainda não ser, “infelizmente”.

Saga via México

Até chegar a esta condição – que ele ainda não considera satisfatória, penou. Durante os primeiros anos em que viveu nos Estados Unidos, Arthur se casou e teve filhos. Eles são americanos. Em 2002, já há cinco anos sem ver seus familiares, resolveu ir ao Brasil. “Fui com a cara e a coragem. Mas, na hora em que voltei, fui deportado ainda no aeroporto”, lamenta. “Precisava voltar aos EUA. Minha família e meu emprego estavam aqui. Também havia recém comprado uma casa, enfim, tinha que entrar aqui de qualquer jeito. A minha única opção era entrar no país pelo México”.

Até atravessar a fronteira tiveram alguns percalços, mas o inferno começou mesmo depois dessa etapa. “Foi quando o grupo de pessoas do qual eu fazia parte ficou trancado em um micro apartamento em Dallas, por uma semana, sem poder sair. Literalmente um sequestro em massa. Todo mundo mantido em cativeiro, se revezando para dormir porque o espaço era pequeno”, lembra. A situação se tornou insuportável e, depois de duas tentativas mal-sucedidas, ele conseguiu fugir. “Contei com a ajuda de um casal de americanos para sair da cidade. Eu disse a eles que morava em New Jersey e que estava passando as férias em Dallas, e que havia sido assaltado”.

Arthur voltou ao seu trabalho e à sua família e, desde então, não veio mais ao Brasil. “Não sei qual será o meu futuro”, avalia. ”Embora eu já esteja vivendo aqui há mais de oito anos, ainda alimento o sonho de voltar ao Brasil. Ao longo deste tempo também adquiri um sítio e uma casa no Brasil, pensando no meu regresso, claro. Eu gostaria de poder continuar trabalhar aqui e viver lá. Tem muita gente que faz isso, trabalha no verão aqui e quando chega o inverno vai ao Brasil, viver no verão de lá. Isso sim é que é bom. Viver só de verão, juntando o que os Estados Unidos tem de bom, que é o trabalho, com o que o Brasil tem de melhor, a qualidade de vida”, sonha. “Quero me tornar cidadão norte-americano para poder trabalhar legalmente e poder entrar e sair do país. Pago impostos e contribuo com os Estados Unidos, apesar de ser considerado ‘ilegal’. Aliás, não precisava necessariamente ser cidadão, bastava ser legalizado. Eu quero trabalhar sem medo”.

Cidadania migrante

As alterações causadas devido ao aumento do fluxo imigratório nos últimos tempos têm levado os governos a criarem uma política migratória mais severa. Este é o caso dos Estados Unidos, que aprovaram recentemente uma lei que pretende criminalizar as pessoas indocumentadas no país.

A busca, cada vez maior, por títulos de cidadania tem aumentado as dicussões ao redor do tema. Mas, ser cidadão pode não ser a resposta para os problemas para nenhum dos lados. A cidadania não surge do nada como um toque de mágica, nem tão pouco a simples conquista legal de alguns direitos significa a realização destes direitos. É necessário que o cidadão participe, seja ativo, faça valer os seus direitos, caso contrário, eles ficarão só no papel.

A lacuna na legislação norte-americana no que tange as leis de imigração está justamente em não conseguir qualificar este imigrante específico, que se caracteriza por não deixar de ser sazonal, mas que adia sua volta porque encontrou aqui a oportunidade de trabalho que o seu país natal não foi capaz de lhe oferecer, sem conseguir definir sua posição dentro do quadro social do país.

Ao contrário do imigrante legítimo -- aquele que escolhe viver nos Estados Unidos -- o sazonal não aspira a cidadania norte-americana com a intenção de ser mais um atuante civil. Ele aspira a legalização do seu trabalho, da sua presença e da sua liberdade de ir e vir.

Por que os EUA?

De acordo com uma pesquisa sobre o mercado brasileiro, feita pela Fundação Perseu Abramo, em nove regiões metropolitanas do país, e publicada no dia 24 de maio de 2006 no jornal Valor Econômico, no Brasil, apenas 36% dos jovens entre 15 e 24 anos têm emprego, outros 22% já trabalharam mas estão desempregados atualmente. Na média, os jovens demoram 15 meses para conseguir o primeiro emprego ou uma nova ocupação, nas regiões metropolitanas. No total, 66% deles precisam trabalhar porque todo o seu ganho, ou parte dele, complementa a renda familiar.

Nos Estados Unidos, os empregos para quem está no ensino médio ou na faculdade estão em alta. Tanto que em New York, por exemplo, como informou o jornalista Gilberto Dimenstein em entrevista à rádio CBN, não se conseguem candidatos para empregos de salva-vidas em meio período (US$ 60 por dia), porque a maioria dos estudantes já está trabalhando em outras ocupações que dão mais dinheiro.

Aldeia global

No mundo globalizado, onde as nações estão praticamente interligadas cultural e economicamente, é quase impossível não conviver com o estrangeiro, com filosofias diferentes e outras realidades. A imigração se faz presente no cotidiano da sociedade desde o início da civilização. No entanto, nas últimas décadas, tem aumentado consideravelmente o número de pessoas que optam por viver em outro país.

De acordo com dados das Organizações das Nações Unidas (ONU), o número de imigrantes no mundo praticamente duplicou na segunda metade do século XX, com 120 milhões em 1990 contra 75 milhões em 1965. A África, por exemplo, tinha, em 1990, um total de 16 milhões de imigrantes, a maioria fugindo de guerras civis que tomaram conta do continente após a descolonização. Já a Ásia abriga 43 milhões de estrangeiros, a maior quantidade registrada no mundo.

Na Europa Ocidental, a maior parte dos 25 milhões de imigrantes vieram de países subdesenvolvidos da América, África e Ásia. A América do Norte, por sua vez, acolhe 24 milhões de estrangeiros, vindos boa parte também de nações subdesenvolvidas. Na América Latina, o número é bem menor: 7 milhões. Muitos deles refugiados dos conflitos ocorridos na década de 70, em países da América Central. Na Oceania, o número de imigrantes fica na casa dos 5 milhões.

Em meados deste século, a imigração de pessoas de países subdesenvolvidos para nações desenvolvidas aumentou consideravelmente. De 1960 a 1989, o movimento totaliza 24,5 milhões. As regiões mais procuradas são América do Norte e Europa Ocidental. Conforme documento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), esse fluxo se estabilizou na década de 90.

A imigração por razões familiares, ou seja, de parentes de imigrantes já instalados, é predominante em países industrializados. Também ganha força a imigração de mão-de-obra especializada, por causa da expansão do comércio internacional, do crescimento das empresas multinacionais e do intercâmbio de conhecimento. Os considerados trabalhadores especializados são aqueles indivíduos que possuem nível universitário ou uma experiência muito vasta em uma determinada área.

O aumento do desemprego, no entanto, registrado a partir dos anos 70, vem criando resistência à imigração. Com isto, leis mais rígidas de imigração vêm sendo praticadas, como a Lei Débret, aprovada na França em 1997, e a Lei de Responsabilidade pela Imigração, que entrou em vigor no EUA no mesmo ano.

Muro

De acordo com a ONU, cresce a porcentagem de países que adotam políticas antiimigratórias. Em 1976, era de 6%, passando para 32%, em 1989 e assim gradativamente até os dias de hoje, como por exemplo o projeto de lei do governo norte-americano, que prega a caça aos imigrantes em situação irregular e visa impedir a entrada de mais imigrantes através da construção de um muro protegendo a fronteira entre Estados Unidos e México.

EUA: reforma imigratória 2006

Quase um mês depois do Senado norte-americano aprovar uma reforma imigratória HR 4437, que pode regularizar a situação de milhões de imigrantes irregulares que vivem no EUA, o líder da Câmara dos Deputados, o republicano Dennis Hastert, anunciou que o projeto de lei será analisado detalhadamente antes que se convoque o Comitê de Conferência. Esta seria a última etapa pela qual o projeto teria que passar antes de ser assinada pelo presidente George W. Bush e se tornar lei.

O atual projeto de reforma imigratória inclui um programa de legalização baseado num sistema que divide os imigrantes indocumentados em três grupos, designando tratamento diferenciado a cada um deles. O grupo 1 seria dos imigrantes que vivem no país há mais de 5 anos. Estes poderiam aplicar para uma residência temporária de seis anos e, logo depois, para a residência permanente. Somente 11 anos mais tarde é que poderia solicitar a cidadania. Essa medida beneficiaria 7.8 milhões de imigrantes.

O grupo 2 é composto pelos imigrantes irregulares que vivem no EUA há mais de 2 anos e menos de 5 anos. Através de um registro no órgão competenete, eles teriam direito a uma permissão para trabalharem legalmente até completarem 5 anos de estadia no país. Cerca de 3.5 milhões de imigrantes seriam beneficiados com esta medida.

Já o grupo 3 é composto pelos imigrantes sem documentos que estão no EUA há menos de 2 anos e que não se qualificam para receber nehum tipo de ajuda e, portanto, teriam de deixar o país, o que representa 1.4 milhões de pessoas.

O projeto de lei também prevê, entre outras medidas, acelerar as deportações, criminalizar a estada em território norte-americano de imigrantes irregulares -- o que atualmente é considerada uma falta de caráter civil-sancionar --, empregadores que contratem indocumentados, acabar com a loteria do Greencard, além de autorizar a construção de um muro na fronteira com o México.

A versão do projeto não inclui nenhum tipo de benefício migratório e prevê a contratação de mais de 6 mil novos agentes patrulheiros da fronteira e a intalação de modernos equipamentos de vigilância.

Pesquisas recentes publicadas pela agência de notícias Reuters mostram que mais de 70% dos norte-americanos defende algum tipo de lei de imigração. Por outro lado, os especialistas acreditam que dificilmente o assunto será solucionado antes das eleições de novembro, uma vez que muitos republicanos acham que, se Bush sancionar a lei, isso poderá melhorar as perspectivas eleitorais do partido.

Existe ainda o risco da reforma migratória se transformar em uma emenda a ser agregada a uma outra lei, a exemplo do que aconteceu em abril de 2005, com a aprovação do polêmico projeto encabeçado pelos republicanos “Real ID”, que criou uma carteira de motorista nacional e restringiu severamente os requisitos para se obter asilo nos Estados Unidos. A assessoria do governo norte-americano informou que Bush deve seguir pressionando os republicanos congressistas para que apóiem a aprovação da atual reforma imigratória, e salientou o desejo do presidente de regularizar a situação dos imigrantes indocumentados que vivem no país.

Confinados no sonho americano

Depois de atuar por mais de um ano como terapeuta na coordenação e execução de um programa de gerenciamento de estresse da Petrobras e de duas outras multinacionais do petroléo, o brasileiro Marcelo Damasceno veio para os Estados Unidos estudar e desenvolver um trabalho de ajuda ao imigrante.

A partir dessas experiências e de seus conhecimentos como psicanalista e pedagogo, Damasceno traça um paralelo entre o trabalhador dos navios petroleiros e dos imigrantes que vêm em busca do sonho americano. Ambos vivem numa situação de confinamento, num ritmo de trabalho intenso, com mudanças de turnos e sofrendo as conseqüências da ruptura das relações familiares e sociais. Sabe mais sobre este trabalho na entrevista a seguir.

*

No seu ponto de vista, quem é o imigrante que vive nos EUA hoje?

Marcelo Damasceno - É evidente que a realidade imigratória tem suas variantes, entretanto encontramos dois tipos de imigrantes. Aqueles que são sazonais, ou seja, ficam temporariamente e aqueles que acabam ficando e construindo uma nova vida inserindo-se ao contexto sócio-cultural americano. Este segundo tipo, normalmente se caracteriza por aquelas pessoas que trazem toda a familia, principalmente filhos pequenos, e em geral são estes os propiciadores da decisão familiar de ficar. Isso pelo fato de que os filhos, ao iniciarem sua relação com a escola, o idioma e amigos, acabam tendo maior adaptação à nova condição de vida, e os pais, por sua vez, entendem que é melhor ficar pelo bem dos filhos.

Por que você acredita que os imigrantes acabam se dividindo em duas categorias?

Marcelo Damasceno - Pelas próprias caracterísricas imigratórias de países como os Estados Unidos. A sazonalidade é um aspecto ligado à maior motivação dos imigrantes: ganhar dinheiro e estabilidade econômica. Já aquele imigrante que vem para ficar, está dentro da normalidade, digamos assim, do aspecto geral imigratório.

Você acredita que o comportamento deste imigrante destoa da definição do que é ser imigrante?

Marcelo Damasceno - De certa forma. A imigração de brasileiros para os Estados Unidos ainda é muito recente, diferente de outros povos. Isso faz com que nossa realidade imigratória seja em grande parte sazonal. Essa temporalidade do imigrante brasileiro cria diversos problemas, mas creio que em mais alguns anos, a realidade sazonal do imigrante brasileiro mudará para uma imigração propriamente dita.

O imigrante chega nos EUA com um objetivo determinado de acordo com o que ele conhece e viveu no Brasil. Após conhecer a realidade local, como ele lida com os ânseios e dúvidas sobre onde construir sua vida?

Marcelo Damasceno - Esta é uma questão muito importante. Em geral, as pessoas constroem sua decisão de imigrar, a partir de dois fatores: O dinheiro e a fantasia americana mostrada pelas telas de Hollywood. Não se preocupam com a diversidade dos problemas que enfrentarão como o idioma, cultura e demais questões pertinentes à decisão de imigrar. O que acaba acontecendo é que as pessoas se realizam parcialmente, gerando transtornos emocionais ou potencializando-os caso já os tenha. Há um termo da psicanálise que costumo usar para o aspecto imigratório – “angústia de separação”. Percebo que há similaridade deste fenômeno no comportamento dos imigrantes. O sofrimento de separar-se de sua cultura, língua, amigos e parentes, cria, muitas vezes, um incontrolável problema emocional, que acaba dificultando ou inviabilizando o próprio projeto de vida da pessoa.

Que tipo de desafios este imigrante enfrenta, e qual a maneira escolhida para lidar com isto?

Marcelo Damasceno - Acho que a maior dificuldade seria a consciência de seu estado de imigrante. Muitas pessoas, ao virem para este país devido suas frustrações e demais dificuldades, acabam por criar um personagem fictício e vivem uma fantasia que não condiz com sua real característica imigratória. Isso é muito comum nos países ocidentais. Encorporamos a cultura americana de tal forma, que deixamos de ser imigrantes reais para sermos falsos nativos. Em outras palavras, deixamos de falar o português, assumimos novos nomes, criando assim um personagem de vida. O imigrante precisa viver a verdade de sua origem. Acho que isso é algo que precisamos resgatar nos dias de hoje. A melhor forma de lidar com esta dificuldade é a de preservar nossa língua, cultura e costumes, pois assim enfrentaremos melhor as dificuldades de viver em outro país.

Em 2005, o US Naturalization and Immigration Services informou que a imigração legal de brasileiros aumentou 58% em relação à 2004. Subindo de 10 mil ao ano, para 16 mil ao ano. Como você analisa isto e quais as explicações?

Marcelo Damasceno - Este aumento, considerando uma avaliação sócio-antropológica é evidente primeiro pela conscientização do imigrante atual, de que imigrar ilegalmente pode trazer mais prejuízos que benefícios. Segundo que de 10 anos para cá, a realidade acadêmica brasileira mudou muito. O número de pessoas com nível superior aumentou consideravelmente, possibilitando estágios, períodos de estudos e trabalho no exterior. É claro que há outras respostas pertinentes ao aspecto puramente imigratório.

Você aponta que a história da imigração brasileira é recente e que esta temporalidade pode causar diversos problemas. Poderia citar alguns exemplos?

Marcelo Damasceno - Ao meu ver, o brasileiro em geral, não tem o mesmo perfil imigratório como outros povos. A exemplo os portugueses, italianos, etc. Por ser ainda recente a imigração brasileira – apenas poucas décadas – há problemas ligados a alguns aspectos. Inicialmente à propria construção e definição da vida, ou seja, as pessoas que vivem a imigração sazonal, acabam por viver duas vidas, “em dois países”. Isso dificulta a estabilidade sócio-familiar criando assim uma forma parcial de convivência. Essa dualidade social, inviabiliza uma das grandes necessidades humanas: relações sociais sólidas. Outra questão é que a pessoa acaba estabelecendo suas metas e objetivos a partir de dois contextos bem diferentes, e isto obviamente dificulta a concretização deles, criando frustração e angústia.

Qual é o papel do imigrante tanto para a economia quanto para a cultura norte-americana?

Marcelo Damasceno - A diversidade cultural e racial é uma das coisas que torna este país o que ele é. Essa diversidade traz contribuições de progresso, crescimento e fortalecimento da nação. Ao contrário do que muitos pensam, o imigrante traz contribuições gigantescas à própria existência do país. Em suma, diria que o papel do imigrante é o de construir uma nação que não é sua, mas que o recebe criando-lhe possibilidades que, por alguma razão, não foram encontradas em seu próprio país. Entretanto, não podemos negar nossa pátria, mas compreender que nossas origens são importantes, pois nelas encontramos nossos valores de vida.

Durante quanto tempo você trabalhou nos petroleiros? Como era o seu trabalho com os embarcados?

Marcelo Damasceno - Trabalhei durante um ano e meio. Meu trabalho era de coordenação e execução de um programa de gerenciamento de estresse da Petrobras e de duas outras multinacionais do petroléo. Era um trabalho de identificação, prevenção e tratamento dos distúrbios comportamentais ligados ao trabalho offshore – como é chamado o trabalho de embarcado. Embarcava na plataforma, desenvolvia trabalhos em grupo (terapia) e auxiliava as pessoas no que tange aos problemas de ordem emocional, ligados a realidade sócio-organizacional.

Quais a semelhanças que você encontra entre o imigrante que vive nos EUA e o trabalhador embarcado em navios petroleiros?

Marcelo Damasceno - As semelhanças basicamente são três. Quando trabalhamos com o petroleiro, encontramos o aspecto do confinamento, ou seja, ele e levado para uma plataforma, que pode estar a 200Km da costa, e que, de nenhuma forma, ele pode sair dali. A isto chamamos estado de confinamento. Alem disto, há um ritmo de trabalho intenso com mudanças de turnos durante a quinzena de embarque. E, por último, a ruptura das relações familiares e sociais.

De certa forma, o imigrante tambem sofre esses problemas. Torna-se confinado em um país distante do seu, sem poder sair por razões normalmente ligadas ao status legal. É um confinamento cultural e social também, pois ele é obrigado a envolver-se neste novo contexto para sua própria sobrevivência. O ritmo intenso de trabalho, turnos variados também são nossa realidade aqui. E obviamente a ruptura familiar e social. O imigrante é condicionado a deixar familiares e amigos, para enfrentar uma nova realidade existencial. Este último aspecto, seria o grande causador de problemas emocioais.

Que tipos de problemas o estado de confinamento pode criar para o imigrante?

Marcelo Damasceno - Essa é uma questão complexa. A experiência mostra que há variantes quanto a isso. Em geral, o estado de confinamento ajuda a desenvolver neuroses e transtornos comportamentais. Entre eles citaria apenas como informação sem esgotar o assunto, as depressões, histerias e fobias, transtornos obssessivos compulsivos, trantornos alimentares e ansiedade generalizada. Entendendo que, normalmente, há níveis mais intensos de ansiedade em todos os casos de neurose. Esses foram os problemas comportamentais que encontrei nas pesquisas que fiz.

O que você acha das diretrizes do projeto de lei de imigração do governo norte-americano?

Marcelo Damasceno - Tenho dificuldade de aceitar que venha alguma proposta que realmente beneficie os imigrantes indocumentados. Acho que a proposta do governo americano é parcial e que não vai resolver a totalidade dos problemas do imigrante.

Qual é a idéia central do livro que você está escrevendo?

Marcelo Damasceno - Na verdade ainda é um projeto. Baseado no material que tenho sobre a vida do trabalhador em plataformas de petróleo, estou desenvolvendo um texto sobre a vida do imigrante a partir de seu estado de confinamento sócio-cultural. É uma pesquisa ampla e que vai exigir muito trabalho e dedicação. Em geral, quero trabalhar os problemas emocionais e comportamentais vividos pelo imigrante, e, através deste texto, poder ajudá-lo na compreensão de sua própria maneira de ser como imigrante neste país.

(*) Nomes falsos a pedido dos entrevistados.

(**) Conteúdo do jornal Extra, publicado nos EUA pela Extra Communications LLC, e distribuído no Brasil pela BR Press.

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Vale Paraibano

Missão Cruise impossível

J.J. Abrams encara a missão

Entrevista com Antonella Zara

Antonella Zara

Corte em segurança

Governo anuncia corte em segurança

BR Press



Vanessa Mael, do Extra*/Especial para BR Press
(Nova York, BR Press) - O Department of Homenland Security (DHS) anunciou que os fundos para proteção a ataques terroristas para a cidade de Nova York foram cortados em 40%. Washington D.C. também sofreu corte no investimento. Entretanto, outras cidades menores, como Omaha e Louisville, KY, receberam aumento no incentivo à luta contra o terrorismo.

O total do investimento nacional em patrulhamento e proteção de área urbanas contra ataques terroristas é de US$ 711 milhões. Os líderes do DHS vetaram este valor. Os protestos surgiram de todas as partes. Em Nova York, o prefeito Michael R. Bloomberg afirmou que a cidade deveria ser prioridade do departamento de defesa. Em Washington, o prefeito Anthony Williams disse que o as áreas rurais são alvos improváveis e, por isso, áreas urbanas deveriam receber um aumento no investimento.

Mal articulados

A justificativa do DHS é que esta nova medida adotada seria resultado de um processo de avaliação sofisticado, combinada com uma recolocação de verbas do Congresso norte-americano. Este processo de avaliação executado por oficiais do governo consistiu em um estudo sobre a efetividade das propostas de investimento em 46 áreas urbanas. O resultado apontou que um corte no valor destinado à proteção do país era necessário, pois o investimento original havia sido baseado em planos mal articulados.

Em 2005, New York recebeu uma receita de US$207 milhões. Com a nova medida, a cidade deverá receber em 2006, US$124 milhões. Washington, que recebia US$77 milhões, teve a receita diminuida para US$ 46 milhões.

No outro lado, Louisville, Omaha e Charlotte tiveram o valor total do investimento aumentado em 40%, cada uma deve receber cerca de US$ 8.5 milhões em 2006. Newark e Jersey City também receberam aumento de investimento de 44%, resultando em um valor de US$ 34 milhões investidos no combate ao terrorismo.

Apesar dos protestos em Nova York, residentes e governantes de cidades como Omaha, comemoraram o aumento no investimento e já prevê parte da verba para o treinamento de emergências e

compra de equipamentos de resgate. Em Nova York, parte da verba era destinada a cobrir o salário de horas extras de policiais que guardam locais de risco, como pontes, estações de metrô e prédios famosos.

(*) Conteúdo do jornal Extra, publicado nos EUA e distribuído no Brasil pela BR Press.

A BAD DREAM

Você já dormiu e teve um pesadelo horrível, daqueles de te fazer chorar de verdade, e quando acorda, desorientado e assustado, descobre que a realidade é um pouco pior do que o pesadelo e fica mais desorientado? Isso acontece comigo diariamente.

Mais uma do CD novo do Keane fala sobre isso, é de morrer:




I wake up, it's a bad dream,
No one on my side,
I was fighting
But I just feel too tired
to be fighting,
guess I'm not the fighting kind.
Wouldn't mind it
if you were by my side
But you're long gone,
yeah you're long gone now.


Where do we go?
I don't even know,
My strange old face,
And I'm thinking about those days,

And I'm thinking about those days.

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Booker em Newark

Apesar dos dias da semana não terem nenhuma diferença mais, quando eu acordei no sábado eu levei o maior susto. Na TV, o Booker se preparando para assumir a prefeitura de Newark. Eu, cabaça, fiz duzentas matérias sobre as eleições, a campanha, e esqueci da posse. Tive que dar um jeito de entrar na cerimônia da posse do cara, conseguir uma credencial nem que fosse do inferno e cobrir o evento, que eu espera que fosee chatíssimo.

Bem, após alguns telefonemas, uma carona, uma choradinha, me encontro novamente no mesmo teatro no qual assisti o Seinfeld. Horas de espera e começa a cerimônia, que acabou sendo emocionante. Claro, tem um contexto: Newark é a maior cidade do estado e a 22ª mais violenta do país. Cheia de problemas, de favelas, nada funciona direito.

O antigo prefeito ficou no poder por 20 anos. Cumpriu cinco termos consecutivos. Em alguns anos ele sequer teve concorrente durante as eleições!Quando booker venceu, em maio, foi uma festa, é uma cidade que precisa de mudança, de iniciativa, de muita coisa.

E o cara é o maior boa-pinta, inteligente, e passionate. O texto foi publicado no jornal esta semana e, das 268 fotos que eu fiz, aqui estão algumas:




Cory Booker assume prefeitura de Newark
Vanessa Mael
Da Redação

Em cerimônia no dia 1º de julho, no teatro Pudential Hall do complexo New Jersey Performing Arts Center, Cory Booker assumiu a prefeitura da cidade de Newark, NJ. Também assumiram o cargo, cinco vereadores regionais e quatro vereadores gerais.

Newark é a maior cidade do estado de New Jersey. O segundo mais rico estado do país e, também, o segundo mais violento, com 30% da população vivendo abaixo da linha da pobreza.

Mas o clima de otimismo tomou conta dos cidadãos que compareceram à solenidade de posse de Booker. A cidade é marcada pelo reinado do ex-prefeito Sharpe James, que permaneceu no cargo por 20 anos. Suas ausência foi sentida, uma funcionária pública presente comentou, “O ego de James é maior que esse lugar”.

Cory Booker venceu as eleições do dia (9) de maio, nos cinco bairros da cidade (norte, sul, leste, centro e oeste). Ela já havia sido eleito vereador em 1998, abandonando o cargo apenas para participar da campanha de 2002, concorrendo como prefeito Sharpe James. Booker perdeu a corrida eleitoral por 3.500 votos.

A campanha eleitoral rendeu um documentário dirigido pelo cineasta Marshal Curry. “Street Fight” é cru e realista, relata a briga de ideais e valores entre os dois canditados, e que acabou concorrendo ao Oscar de melhor documentário em 2006.

Entretanto, a derrota não afetou a perseverança de Booker, em entrevista ao jornal Extra, o prefeito afirmou que o resultado das eleições passadas lhe deram mais forças para continuar na corrida por uma cidade melhor. Durante os quatro anos de preparação para as eleições deste ano, Booker disse ter tido tempo para conhecer melhor a cidade e seu eleitorado.

Neste tempo, Booker construiu laços não apenas com os residentes, mas também com o empresariado dentro e fora de Newark. Segundo os relatórios entregues ao Tribunal Eleitoral, na semana das eleições em maio, Booker teve disponível uma receita de US$ 6.5 milhões para utilizar em sua campanha. Se comparado com seu mais forte oponente, o senador do estado, Ronald Rice – que declarou US$177 mil –, é fácil entender como a cidade se tornou a casa de Booker, com bandeiras, cartazes e outdoors estampando o nome do político em todos os lugares.


Perfil de Cory Booker
Formado em Direito pela Yale Law School, uma das mais prestigiadas universidades do EUA. Booker também fez ciências políticas e sociologia na Stanford University, e estudou história moderna na Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Cory A. Booker, 37, é natural de Washington D.C., e cresceu em Harrington Park, no subúrbio nordeste de New Jersey. Ele é atualmente sócio na firma de advocacia Booker, Rabinowitz Law. Booker também é fundador da instituição de caridade Newark Now, que tem como objetivo equipar e fortalecer os residentes da cidade a fim de deixá-los aptos a transformar seus bairros.

Após servir como advogado para o the Urban Justice Center e como Coordernador do Programa Newark Youth Project, até 1998, quando participou das eleições para vereador, representando a área central da cidade.

Solenidade
Do lado de fora do teatro, o ativista comunitário e professor escolar, Andrew Washington, carregava um cartaz dizendo “Free, at last!”, (Livres, finalmente!). “Estamos nos livrando de era era de opressão e corrupção,” explicou Washington. O professor que viveu toda sua vida na cidade, afirmou que Booker é o futuro de Newark e que, com trabalho em conjunto da comunidade e do prefeito, o município poderá ser tornar um lugar melhor para viver.

Logo no início da cerimônia, a Guarda Nacional fez uma apresentação oficial. Em seguinda, dois estudantes da escolas públicas da cidade executaram o Hino Nacional e uma canção chamada “America, The Beautiful”, composta em 1882, na cidade de Newark, por líderes religiosos.

A apresentação de Booker teve início com um vídeo de sua primeira campanha para prefeito, em 2002. Nas cenas, Booker em visita aos moradores da cidade, aperta a mão de algumas crianças, em cumprimento. Uma delas, emocionada, diz “Minha mão está cheirando à Cory Booker, minha mão está cheirando a futuro”. Em meio à comoção do público presente, a estudante entrou no palco dizendo, “Agora vocês sabem de que cheiro eu estava falando, o futuro chegou!”

Em meio aos intermináveis aplausos Booker tomou seu lugar no palco para jurar a bandeira e a constituição do país. Com as mãos sob a Biblía, animado e nervoso, trocou algumas palavras e pediu com humor, para que o City Clerk as repitisse. O público caiu na risada.

Discurso: família e idealismo
Durante seu discurso, Booker, se mostrou um político apaixonado. Repetiu algumas palavras do Hino norte-americano e garantiu que sua administração dará um novo significado à frase “Land of the freedom, under God, undivided” (Terra da liberdade, sob Deus, unida).

Booker contou a história de sua família, que se estabeleceu na cidade em 1950. Seus avós saíram dos campos de colheita do sul do país, para trabalhar em fábricas do nordeste. Em seguida, começaram a investir no mercado imobiliário e a participar da vida política das cidades da costa leste.

A mãe de Cory, Caroline Booker e a avó estavam presentes no palco. Ao apontá-las, o prefeito afirmou que foi criado por ativistas dos direitos humanos, e ensinado a “participar da luta contínua pela igualdade, da qual todos se benefeciam”.

Cary Booker, irmão do prefeito, também esteve presente. Ele é Associate Dean da Rutgers University em Newark, e Booker o introduziu como responsável pelo programa de acesso à minorias e apoio aos desprivilegiados, dentro da universidade.

Em sua história de vida, o prefeito explicou como veio morar em Newark, ponto culminante da cerimônia. Emocionado, apresentou a residente Virginia Jones, que perdera um filho em 1980, vítima de uma troca de tiros entre grupos do tráfico de drogas da cidade ao redor do projeto Brick Towers.

Booker havia acabado de se formar na faculdade de Direito, Yale Law School, e resolveu desenvolver um trabalho de ajuda à comunidades, com a finalidade de resolver problemas de moradia. Foi quando Booker conheceu Jones. Ele contou que passou tardes conversando com a moradora e que foi uma “mestra”.

Quando Booker questionou por que Jones vivia naquele bairro perigoso mesmo depois da morte de seu filho, ela respondeu “Sou a força de segurança desta pátria. Newark depende do meu trabalho para melhorar”.

Depois deste encontro em 1998, Booker decidiu ir viver no projeto Brick Towes. Ele contou os avanços que a população da área consegiu realizar. Entre eles, a prisão de um chefe de quadrilha de drogas; o apoio para a escola pública da área; a construção de um centro de saúde no próprio edifícil e a criação de centros de empregos.

Booker explicou que acredita na cidade de Newark e que não desiste deste projeto. Disse que apesar de toda a violência que já presenciou – problema que afirma ser o mais grave da cidade atualmente –, quer fazer parte desta comunidade rica e lutar por uma cidade melhor.

Booker antecipou ao Extra seus projetos em março
Em entrevista ao Extra durante a campanha no mês de março, Booker utilizou a mesma associação que em seu discurso do dia 1º de julho. “Newark é um modelo dos problemas e sucessos do país”. Sob o alogan “Nós temos muito trabalho a fazer”, Booker traçou um perfil da cidade, apontando os problemas sociais mais sérios e soluções para uma vida melhor.

Seu plano de governo é baseado em três pontos principais: segurança, prosperidade e família. Booker ressaltou que quer fazer de Newark, uma cidade mais segura. Quer acabar com a vilência das gangues, aumentar o número de policiais e investir nas delegacias, além de criar um sistema de educação mais efetivo.

Booker também disse que pretende trabalhar a economia da cidade, apoiando aos mais carentes. Emocionado, disse que vai tornar real o sonho americano e fazer de Newark uma cidade exemplo do que é são os EUA, mostrando que a persistência conduz à vitória.

Para finalizar, convidou a população a ajudá-lo a alcançar estes objetivos, “Você irá lutar ao meu lado, cidade de Newark?”.

domingo, 2 de julho de 2006

Under the Iron Sea



Olha, eu leio TODAS as major revistas de música/entretenimento/cultura existentes neste país hoje e fiquei besta com uma coisa: ninguém, absolutamente ninguém, deu uma linha sobre o CD novo do Keane.

Eu, que não sou de comprar os disquinhos (a não ser que eu ame a banda demais), estou com ele em casa me matando de ouvir. Canções lindas, letras lindas. Um pouco mais agitado que o primeiro, mas ainda assim, triste de morrer.

A melhor música? Até agora é Nothing in my way, extremamente adequada para o atual momento, fala sobre mentiras, sobre pessoas que "são sozinhas", mas que têm such a nice time. Lindo, lindo. Well said.

E que vai tocar neste blog por um tempo (até eu enjoar, ou o momento passar, o que vier primeiro).

Aqui fica a letra:

A turning tide
Lovers at a great divide
why d'you laugh
When I know that you hurt inside?


And why'd you say
It's just another day, nothing in my way
I don't wanna go, I don't wanna stay
So there's nothing left to say?
And why'd you lie
When you wanna die, when you hurt inside
Don't know what you lie for anyway
Now there's nothing left to say


A tell-tale sign
You don't know where to draw the line


And why'd you say
It's just another day, nothing in my way
I don't wanna go, I don't wanna stay
So there's nothing left to say
And why'd you lie
When you wanna die, when you hurt inside
Don't know what you lie for anyway
Now there's nothing left to say

Well for a lonely soul, you're having such a nice time
For a lonely soul, you're having such a nice time
For a lonely soul, it seems to me that you're having such a nice time
You're having such a nice time


For a lonely soul, you're having such a nice time
For a lonely soul, you're having such a nice time
For a lonely soul, it seems to me that you're having such a nice time
You're having such a nice time


E o review:
"English piano-drums-voice trio Keane made big, theatrical songs cut with Coldplay-style melancholia and a boatload of sad-eyed hooks on their 2004 debut, which earned them a smash in their home country and a degree of success over here. Under the Iron Sea is outfitted with darker, less immediately accessible songs and bigger doses of atmospheric keyboard, but it offers some of the same tuneful pleasures as the debut, with big-voiced Tom Chaplin digging into his big bag of swooning choruses on piano ballads like "Crystal Ball" and the catchy, gently lilting "Nothing in My Way." "Is It Any Wonder" starts like an outtake from The Bends, all swooshing rhythms and edgy murmurs, then gives way to a big, keening refrain. With more tracks like "Atlantic," a slow-burner full of widescreen gloom and shapeless crooning, Under the Iron Sea could have turned into an arty mishmash. But depending on your taste for high romance, it either adds up to heart-tugging pop or nice dinner music."

CHRISTIAN HOARD

(Posted: Jun, 13 2006, no site da Rolling Stone)