terça-feira, 9 de maio de 2006

Eleições em Newark

Às vésperas das eleições, esquenta o clima em Newark


Durante as semanas que antecederam as eleições municipais, a propaganda eleitoral tomou conta das ruas de Newark, NJ. Carros com auto-falantes circularam pela área do Ironbound fazendo propaganda dos candidatos. No dia (09), serão eleitos nove vereadores e um novo prefeito, já que o atual – Sharpe James -, declarou em março que não iria concorrer ao sexto mandato consecutivo. Mais de 120 mil pessoas estão registradas para votar, praticamente 40% da população residente hoje na cidade.


Prefeitura
Os dois principais candidatos à prefeitura, Cory Booker e o atual Senador por New Jersey, Ronald Rice, desenvolveram técnicas de campanha diferenciadas. Rice teve uma candidatura tardia, e em recente entrevista ao Jornal EXTRA, afirmou que aposta em um plano de governo baseado em 20 pontos que acredita serem fundamentais para o melhoramento da cidade. Entre eles estão questões básicas como moradia, segurança e educação.

O senador apostou em uma campanha baseada no popular “boca-a-boca”. Conhecedor da cidade e amigo da população, não raro encontra-se com ele em algum restaurante da área do Ironbound jantando com seus acessores. Confiante, ele apoiou o mandato de Sharpe James, acreditando assim, receber os votos dos eleitores do atual prefeito. Com um orçamento limitado (estima-se que por volta de $180 mil), é difícil encontrar pelas ruas da cidade cartazes ou bandeiras com seu nome.

Já o jovem político Booker, que foi vereador da cidade, tem seu nome estampado em prédios de todo Ironbound (área na qual focalizou a sua campanha). Nas últimas semanas, os jornais publicaram notícias sobre o orçamento depositado na candidatura de Booker, estimado em cerca de $6.5 milhões, dinheiro este que teria vindo de nomes como Oprah Winfrey e Ben Afleck. Não é claro qual interesse as celebridades teriam em uma cidade de New Jersey, mas eles não são os únicos.

Empresários e cidadãos de Newark apoiaram a candidatura de Booker com doações generosas, somando quase $1 milhão. Essa fator também contribuiu para aumentar o já expressivo orçamento do político, ao contrário do que aconteceu há quatros anos, quando ele levantou apenas $42 mil dentro da cidade, para sua campanha contra Sharpe James.

Booker, porém, enfrenta a oposição dos eleitores que hoje são funcionários da cidade, contratados por James. São cerca de 10 mil pessoas que ocupam cargos públicos e que se assustam com a possibilidade de perderem o emprego assim que o próximo prefeito assumir a cadeira. Alguns deles adotaram a técnca de se “aliar ao inimigo” e após o anúncio de que o atual prefeito não iria concorrer ao cargo, decidiram fazer doações para a campanha de Booker, a fim de assegurar suas posições.

Rice tem, repetidademente, acusado Booker de receber apoio financeiros de grupos conservadores. Além disso, questiona o interesse de investidores de estados como Arkansas e Wyoming em New Jersey.

Booker, poré, se esquiva. Responde apenas que os quatro anos passados da última eleição, foram o suficiente para aprender com a derrota para James. Segundo ele, neste tempo, ele pôde estudar o que fez de errado e mudar as estratégias, estabelecendo conexões com pessoas importantes. Assim, soube de onde tirar a verba necessária para executar a campanha que sonhava.

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